Reviravoltas, superações e lutas marcam a vida de Senor Abravanel, nome verdadeiro de Silvio Santos.
Antes de se tornar camelô das ruas do Rio de janeiro, ganhava dinheiro fazendo apostas com jogadores de sinuca em bares, mas sempre ficava escondido por ser menor de idade.
Um dia viu um homem vendendo canetas. Elas eram as mesmas vendidas pelos outros vendedores, porém este senhor conseguia vender muito mais!
Silvio descobriu o local onde as canetas eram vendidas aos camelôs e abriu uma banca. Ele ganhava a clientela realizando pequenos números de mágica.
Ficou tão conhecido que teve que contratar dois faróis, pessoas que avisavam sobre a chegada do “rapa” da polícia.
Ele trabalhava como camelô apenas 45 minutos por dia, enquanto o policial da sua área almoçava, sob os atentos olhares dos faróis.
Certa vez os vigias falharam e o guarda apreendeu toda a sua mercadoria. Mas, percebendo o potencial da voz de Silvio, recomendou que fizesse um teste na Rádio Guanabara.
Assim ele fez e conquistou o primeiro lugar no teste. Porém se manteve apenas 1 mês como radialista, pois como ambulante ganhava mais.
Aos dezoito anos serviu ao Exército Brasileiro como paraquedista, em Deodoro (bairro da Zona Oeste do Rio).
Foi quando Silvio percebeu que as viagens das barcas entre o Rio de Janeiro e Niterói eram marcadas pela monotonia e decidiu montar um serviço de alto-falantes nas embarcações.
Nos intervalos das músicas, Silvio fazia anúncios de produtos.
Nas barcas para a Ilha de Paquetá, os passageiros faziam filas nos bebedouros após dançarem as músicas tocadas por Silvio.
Teve então outra ideia: fez um acordo com uma a cervejaria para vender cerveja e refrigerantes. Na compra, o consumidor ganhava uma cartela de bingo e concorria a prêmios como jarras e quadros.
A carreira de Silvio Santos em São Paulo começou a se desenhar após um acidente com a barca em que atuava. Com a embarcação no estaleiro, Silvio ficou sem poder exercer sua função. Então, o diretor da cervejaria o convidou a passar um tempo na “Terra da Garoa”, em São Paulo.
Silvio começou a trabalhar em bares, apresentando espetáculos e sorteios em caravanas de artistas. Como o jovem tinha um tom de pele claro, ficava vermelho com facilidade, e por falar bastante, começou a ser apelidado “peru que fala”. As caravanas do peru falante ficaram conhecidas na capital, em cidades do interior e em outros estados.
Nesse meio tempo, formou-se técnico em contabilidade.
Logo passou à televisão, adaptando o formato dos shows, espetáculos e sorteios que já fazia.
Seu primeiro programa, Vamos Brincar de Forca, estreou em 1962 e era transmitido pela TV Paulista, à noite. Um grande sucesso.
Em 1964, passou a comandar seu programa aos domingos, em horário alugado, das 12h às 14h.
Paralelamente, Silvio partiu para novos empreendimentos: adquiriu de seu amigo Manuel de Nóbrega e de um alemão o Baú da Felicidade, empresa que vendia baús de presentes de Natal para crianças mediante pagamento em prestações. Depois de reformas no plano de negócios, a empresa ficou conhecida pela venda de carnês e sorteios.
Quando a TV Paulista foi incorporada à Rede Globo, Silvio seguiu pagando aluguel pelo seu horário dominical, revendendo o tempo dos anúncios a outras empresas.
Na medida em que aumentava o sucesso do Programa Silvio Santos, ele tinha ótimos resultados financeiros, o que motivou a expansão dos negócios do grupo.
A história deste homem serve de inspiração para a busca dos nossos sonhos, pois ele não conquistou o que tem de maneira fácil. Foram muitas idas e vindas, tentativas, erros e acertos, mas sempre buscando nas dificuldades, um bom aprendizado.
~ Vanessa Moura